Alternativas para o e-commerce em tempos de pandemia

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Há rumores de que o comércio eletrônico vai se beneficiar da crise global por conta da disseminação do coronavírus. Mas não é bem assim. A grande verdade é que o consumo parou.

Situação atual do e-commerce

De acordo com estudo da Ebit|Nielsen, observou-se forte queda (20%) nas vendas de fevereiro para todas as categorias, em comparação a janeiro. Com a interrupção da logística em vários estados do país, todas as mercadorias em trânsito ficaram paradas, mas isso é o de menos, afinal, para o lojista o pagamento já entrou e ele já fez sua parte. Acontece que novos pedidos não serão realizados em grande maioria das lojas virtuais, pois o consumidor está apreensivo com os próximos passos.
A equipe econômica do governo lançou uma medida provisória (MP 927) e no art.18 permitia a suspensão do contrato de trabalho por até 4 meses sem salário, rapidamente revogado pelo Presidente. O artigo demonstrou a recessão que vem pela frente. Nenhum empregado terá coragem de comprar produtos desnecessários num momento de tanta incerteza.

Quem está ganhando

A verdade seja dita. Se há alguém ganhando, não é o comércio eletrônico. Entramos rapidamente em uma recessão, que desencadeou mudanças drásticas na cadeia de suprimentos e nos itens que o consumidor está comprando.
Até mesmo supermercados sentirão os impactos da quarentena, com uma alteração drástica no comportamento de consumo (e na Curva ABC). Farmácias estão com alta demanda por produtos específicos, mas com outros produtos parados nas prateleiras.
Quem está ganhando com o aumento da demanda são os aplicativos de comida (iFood), os super apps (Rappi) e serviços de entrega local (Loggi).

Como contornar a crise

Não há uma resposta pronta. Se sua empresa vende itens de saúde, higiene e limpeza, não há recessão, só crescimento. Se sua empresa vende itens de luxo, moda ou quaisquer itens supérfluos chegou o momento de mudar a estratégia e pensar no longo prazo. Se sua empresa vende equipamentos ou itens de reposição, o e-commerce é sua única saída.
Tem muita gente se perguntando “como vou vender agora?”, mas diante da passividade da situação a melhor pergunta a se fazer é “como vou recuperar quando tudo voltar ao normal?”. Separamos algumas ideias caso sua empresa esteja em lockdown:

Ações para todas empresas de varejo

  • Seja um canal de informações com seu cliente (não seja um replicador de notícias)
  • Leve um pouco de conforto e diversão para seu cliente (memes saudáveis são bem vindos)
  • Aproveite o momento para estreitar o relacionamento com seus clientes
  • Fale do futuro e apresente seus produtos num cenário positivo
  • Mostre as ações que sua empresa está fazendo para colaborar com a sociedade
  • Dê um break, mude o assunto, nem todo mundo quer viver do medo

Tenho lojas físicas + e-commerce

  • Comunique seu cliente que ele poderá comprar através de outro canal (e-commerce);
  • Faça a conversão da loja física para a loja online através de todos os meios de comunicação disponíveis (redes sociais, e-mail, SMS, push, público personalizado, WhatsApp e telefone);
  • Crie um televendas e auxilie seu cliente comprar na loja virtual, depois ele se tornará um e-consumidor;
  • Comunique o que sua empresa tem feito para evitar a contaminação e como tratar a mercadoria ao receber em casa.

Só tenho e-commerce

  • Leve em consideração o momento atual no conteúdo promocional que você está entregando;
  • Suspenda as automações de marketing, pois o conteúdo pode estar desalinhado com o cenário atual;
  • Invista tempo e dinheiro em comunicação, dependendo da categoria de produto que você vende as mensagens podem ser para criar estreitar o relacionamento ou vender;
  • Busque no seu mix aqueles produtos que tem mais sinergia com o momento atual e promova-os;
  • Comunique o que sua empresa tem feito para evitar a contaminação e como tratar a mercadoria ao receber em casa;
  • Invista mais na captação de leads e construção de uma audiência do que na conversão.

Tenho lojas físicas e não tenho e-commerce

  • Construa sua loja virtual rapidamente (conheça o Start CheckStore);
  • Crie um televendas e auxilie seu cliente comprar na loja virtual;
  • Comunique seu cliente que ele poderá comprar através de outro canal;
  • Trabalhe ativamente com o seu cliente, ligue, mande WhatsApp, não é o momento de ser passivo.

Considerações finais

Não existe resposta pronta, caminho fácil. Todos vão perder de alguma forma.
A melhor alternativa é se manter informado para conseguir tomar as decisões na hora certa ou se antecipar a possíveis problemas.
Boa sorte! Se cuide!

Érico Scorpioni é CEO da CheckStore, empresa de Full E-commerce, que oferece a terceirização completa para lojas online, desde atendimento ao consumidor, passando por soluções de logística até a implementação e gestão total da loja. Publicitário por formação, Érico é pós graduado em marketing estratégico pela ESPM e marketing focado no consumidor na London Business School.

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